Economia Científica

Todo estudo puramente científico tem início com a descrição fiel do objeto de estudo e do seu comportamento. Tudo deve ser feito de acordo com as regras de uma metodologia considerada como científica. Todas as partes e aspectos relacionados com os objetos estudados, sem exceção, a princípio, interessam para a Ciência. Os objetos simples são comparativamente mais simples de serem totalmente estudados do que os objetos complexos. A economia é um objeto de estudo, que em função do seu tamanho, características e comportamento, apresenta uma enorme complexidade.

As dificuldades sempre presentes no entendimento satisfatório da economia, antigamente, eram em grande parte decorrentes da falta de informações e de conhecimento do próprio objeto do estudo. O estudo de toda uma economia apresenta grande complexidade, porque uma economia é formada pelo conjunto de indivíduos e instituições da sociedade e todos os seus recursos naturais. Todas as sociedades humanas, de um modo geral, são constituídas de muitas pessoas, e cada indivíduo possui personalidade e condições materiais de vida diferentes; a cada dia, cada pessoa está querendo fazer, e fazendo, coisas muito diferentes, de modos diferentes, em locais e períodos diferentes. E ainda, saindo da dimensão individual para a dimensão maior de uma economia, podemos observar que toda sociedade sofre as conseqüências das suas próprias escolhas, e suas escolhas dependem do seu tamanho; sofrem as influências vindas do exterior e suportam os caprichos do clima; padecem com endemias, epidemias, e ainda sofrem com agitações sociais internas.

Pelo acima dito já dá para perceber claramente, que representar toda essa variedade, multiplicidade e mutabilidade, que caracterizam uma economia, é realmente uma tarefa muito árdua. Fazendo uma analogia, é uma tarefa tão ou mais árdua, quanto seria árduo, chegar a conhecer todas as informações bioquímicas de todas as células de todos os órgãos de um grande animal, como uma vaca, por exemplo.

Mesmo que isso fosse possível, que nós realmente pudéssemos reunir toda essa informação celular antes da vaca morrer, então nós teríamos realmente uma quantidade absurda de informações, porque a quantidade de células de uma vaca é expressa por um número muito grande. Embora pareça evidente, que se fosse possível processar toda essa informação sobre uma vaca, da forma mais adequada, que seria mesmo possível responder a uma grande quantidade de questões sobre as partes da vaca, e sobre a vaca toda.

Mesmo assim, pouco nos adiantaria tal esforço de coleta de dados, porque, apesar da grande quantidade de informação bioquímicas que teríamos a respeito da vaca, ainda assim, algumas questões simples e muito importantes ainda ficariam sem resposta. Por exemplo: para saber se a vaca está engordando, ou emagrecendo, quanto ela está comendo e quanto está defecando, que quantidade de leite ela está fornecendo por dia, se está se movendo, ou se está dormindo, e em que lugar ela está nesse momento, bastaria medir diretamente o peso, a comida, a bosta, o leite etc. porque para responder essas questões nós não precisamos de todas as informações bioquímicas de todas as suas células, o que tornaria todo aquele exagero de informações pouco prático e pouco útil.

Antigamente, no século IX, todas as informações detalhadas de cada família de todas as classes sociais e de todos os os indivíduos da sociedade, e todos os bens de cada um, em uma economia, evidentemente não foram reunidas. Essa coleta de dados não ocorreu, não somente porque seria pouco prático, como no exemplo da vaca, mas principalmente, por causa das limitações dos meios de comunicação e de informação existentes naquela época, que eram muito lentos, e não poderiam mesmo acompanhar as mudanças contínuas da realidade. Por isso, nos estudos de Economia era preciso simplificar muito a realidade, agregar todas as coisas de cada tipo, para tornar o estudo um instrumento prático, e ainda suficientemente confiável.

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